O colágeno é
uma proteína que possui, principalmente, função estrutural em nosso organismo,
formando cabos moleculares que fortalecem os tendões e tecidos, promovendo resistência
e suporte à pele e órgãos internos. Ele é, sem dúvidas, a proteína mais abundante no reino animal, compondo
cerca de um quarto de todas as proteínas do corpo humano. Como um nutriente,
é facilmente encontrado na gelatina, sobremesa típica e facilmente encontrada
em mercados, mercearias em geral.
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Em uma
correlação com a pele humana, o
colágeno é o responsável pela firmeza e
elasticidade da mesma. Sabe-se que, a partir dos 25 aos 30 anos de idade,
têm-se o inicio de uma desorganização no metabolismo do colágeno, que irá
reduzir sua produção e aumentar a sua degradação, resultando no processo de
envelhecimento da pele.
É crescente o desejo das pessoas em se manter
jovem, bonitas pelo maior período de tempo possível. Para isso, é
imprescindível manter a pele saudável. Além do crescente uso de cosméticos, a
suplementação de colágeno vem sendo uma das grandes promessas para retardar o
processo de envelhecimento, obtendo uma pele menos flácida e de aparência jovial
por mais tempo. Por esse motivo, fizemos uma análise de alguns estudos publicados
sobre os efeitos ingestão de colágeno sobre a pele.
Effects of oral ingestion
of collagen peptide on the skin http://sciencelinks.jp/j-east/article/200614/000020061406A0482755.php
Esse estudo analisou a ingestão
diária do colágeno e a sua influencia na hidratação da pele. O estudo foi
realizado em seres humanos (mulheres japonesas) e em porcos. Um grupo de 20 pessoas consumiu 10g de colágeno, sendo a pele deste
grupo comparada a de outro com 19 pessoas que não estavam consumindo a proteína.
O resultado final foi uma melhor absorção de água pela camada mais externa da
pele no grupo humano que consumiu o colágeno. Nos porcos o resultado final foi
uma melhora na densidade das fibras colágenas na pele desses animais.
Effect of oral
administration of gelatin and collagen peptides on the hydroxyproline content
of rats skin http://sciencelinks.jp/j-east/article/200209/000020020902A0331157.php
Esse estudo comparou a ingestão de gelatina (colágeno parcialmente hidrolisado ou
quebrado) com a ingestão de peptídeos do colágeno (pequenas frações do colágeno) em ratos. A conclusão final desse estudo foi a que os peptídeos do colágeno
teriam maior probabilidade de exercer um melhor efeito sobre a pele do que a
gelatina.
Effects of oral ingestion
of collagen peptide on UV-B-Induced skin damage http://forum.lef.org/attach.aspx/216/collagen_study.pdf
Este estudo foi realizado em dois grupos de ratos,
onde apenas um grupo ingeriu um determinado tipo de colágeno em sua dieta. O
grupo de ratos que consumiu o colágeno teve a produção dessa proteína aumentada
na pele em 17% a mais que o grupo que não a consumiu. O estudo também sugere
que a ingestão de colágeno é benéfica como um suplemento dietético para
suprimir os danos da pele causados por raios UV-B que causam foto
envelhecimento.
Collagen hydrolysate intake increases skin collagen expression and suppresses matrix metalloproteinase 2 activity http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21480801
Apesar de estar em inglês esse
estudo é nacional, realizado pela USP. Também foi feito em ratos, onde um grupo
deles recebia uma dieta rica em proteínas e outro grupo ingeria colágeno. Com
essa comparação, retira-se a idéia de que animais que
consumiam colágeno estariam ingerindo muita proteína e por isso haviam melhoras
na pele. O resultado final foi que o grupo de ratos que ingeriu colágeno obteve
maiores benefícios na pele que o grupo que consumiu outros tipos de proteínas.
The protective effects of long-term oral administration of marine collagen hydrolysate from chum salmon on collagen matrix homeostasis in the chronological aged skin of Sprague-Dawley male rats http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21535500
Mais um estudo realizado em ratos
que demonstra benefícios do colágeno sobre a pele dos animais, ajudando a
minimizar o envelhecimento cronológico, exercendo um efeito protetor.
Apesar
dos resultados terem sido promissores, não há nada concreto sobre os benefícios
da suplementação de colágeno para a melhora da pele. A maioria dos estudos são
realizados em animais, como ratos e porcos, e é sabido que, nem tudo que
acontece com os animais, necessariamente, acontece em seres humanos. Também existem
outros fatores que enfraquecem os resultados dos estudos, como por exemplo:
- O tempo curto em que as pesquisas foram feitas (a maioria em menos de um mês) e o pequeno número de voluntários e cobaias (grandes estudos possuem milhares de participantes, duram até anos, tornando-se mais confiáveis).
- O investimento da indústria produtora de colágeno nas pesquisas. Alguns desses estudos são feitos por pesquisadores financiados por empresas que vendem colágeno, portanto o resultado final positivo pode ser tendencioso.
- O número de estudos realizados. São bastante escassos e alguns que são citados em revisões são muito difíceis de serem encontrados na íntegra.
- A maioria dos estudos possui indicação de consumo de colágeno em g/kg, portanto não está clara a quantidade de colágeno a ser ingerida ao dia. E não há estudos que demonstrem que uma grande quantidade de colágeno promova maior beneficío que uma ingestão menor, como a da quantidade presente na gelatina vendida em mercados.
Se o consumo do colágeno é realmente benéfico
não sabemos ainda, mas, como praticamente todos os resultados são favoráveis,
mesmo que não sejam de alto nível, o consumo dessa proteína pode ser válido,
seja em cápsulas ou simplesmente conseguindo sua obtenção na dieta pela
ingestão de gelatina, que além de ser uma agradável sobremesa, possui um custo
bem menor em relação aos suplementos.